Os professores têm até hoje (18) para apresentar o cronograma de reposição de aulas, prazo determinado pela justiça, que considerou no último dia 8 de novembro a ilegalidade da greve.
Até ontem, o cronograma não havia sido entregue pelo Sintepp. De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, o calendário será divulgado hoje.
Talvez isso contenha a indignação da dona de casa Solima Ramos, 45. O filho dela, Victor Hugo, de 15 anos, estuda no colégio Pedro Amazonas Pedroso e vai fazer a primeira etapa do Prise, o Processo Seletivo Seriado da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Com muito esforço, Ramos e o marido sempre pagaram pelo ensino do garoto. Pela primeira vez, o casal decidiu colocar o filho na escola pública
“Até me arrependi. Os filhos deles (os professores) não devem estudar na escola pública, senão eles não fariam isso."
Enquanto os professores tentam pressionar o governo pelo pagamento do piso nacional de R$ 1.187 determinado pelo Supremo Tribunal Federal, Gleydson Pinheiro, 17, tem recorrido ao cursinho pré-vestibular para conseguir um resultado no mínimo satisfatório no processo seletivo da Universidade Federal do Pará, onde pretende cursar Oceanografia. No Colégio Souza Franco, onde estuda, a retomada dos estudos começa aos poucos. “Não voltou totalmente. Não os culpo, mas nós somos os mais prejudicados. A gente só vai terminar o ano letivo ano que vem”.
Desde a decisão de abusividade da greve, os professores têm retornado à sala de aula aos poucos. O professor de Matemática Richard Carvalho, 41, é um deles. Há 19 anos na profissão, ele participou de todas as greves da categoria. Richard também acredita no cumprimento, por parte da categoria, dos deveres profissionais. “Se há um compromisso, [a reposição de aulas], vai ser apresentado sim”.
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