Neste caso, o conhecimento popular está errado quando sustenta que a memória diminui com a idade. Aliás, nem só esse conhecimento, mas, pelo que temos observado, também alguns conhecimentos ditos “científicos” não correspondem à realidade.
Na verdade, não sabemos como se dá o processo da memória, por isso há muita especulação a respeito e a maioria dos estudos e pesquisas sobre o assunto apenas “sugere” resultados que a mídia, ávida por tudo aquilo que pode ser considerado notícia, apresenta como fato. Com a idade, o que diminui é o interesse e o interesse é o pai da memória. Assim mesmo, o interesse só diminui quando a pessoa permite que assim aconteça. Como professor há sessenta e dois anos, sempre defendi isso que estou dizendo aqui e, agora, prestes a completar 80 (oitenta) anos de idade, sou a prova viva de tudo que sempre afirmei, pois estou com o cérebro e tudo o mais funcionando bem. Também não me parece verdade que a má qualidade de sono interfira diretamente na memória, uma vez que sempre, desde o tempo de rapaz, venho dormindo mal, raramente indo além de quatro horas de sono por noite. Vi-me obrigado a citar meu exemplo pessoal, pois há muito tempo venho defendendo as ideias que aqui agora estampo. E não me digam que se trata de exceção, porque os resultados que ostento foram planejados e treinados. Além do mais, há muitas outras pessoas na mesma condição que eu. Com toda certeza, não acreditaram nas balelas que se escrevem sobre o cérebro. É preciso que se encare a memória mais pelo lado comportamental que pela estrutura física do cérebro.
Como professor, sempre exercitei minha memória, até mesmo por dever de ofício. Todos os meus ex-alunos sabem disso, e podem atestá-lo. Mesmo que, com a idade, o cérebro sofra alterações estruturais, isso não quer dizer que, forçosamente, afete a memória, ou a inteligência, uma vez que muitos neurônios são vicariantes, assumem funções de outros. Ademais, o cérebro possui muito mais neurônios que aqueles que usa, uma vez que a Natureza toma suas precauções para preservar as espécies. Se nos órgãos vitais, Ela colocou dois, como olhos, dois ovários, dois testículos, dois pulmões, dois rins etc. é bem normal que tenha cercado o cérebro para preservar suas funções, quer cognitivas ou intelectuais, quer as do sistema de autopreservação e preservação da espécie, e estão além daquelas. É claro que alguém pode argumentar: mas apenas um coração; todavia, dizemos nós, com várias divisões internas e externamente conta com vários auxiliares, como o sistema arterial e venoso, articulações para facilitar o fluxo sanguíneo e poder desempenhar suas funções.
Contudo, a principal razão deste artigo é chamar atenção para um aspecto da memória sobre o qual quase não se ouve falar, que os dados e informações ficariam armazenados no campo eletromagnético que permeia todo o universo, no espaço próximo da fonte emissora-receptora. Tomemos por base inicial as ondas de rádio (eletromagnéticas). Outrora, se acreditava que elas se propagavam porque havia o éter, fluido imaterial que permearia o espaço e possibilitaria a propagação das ondas do rádio. Em termos simples, o éter estaria no ar, mas verificou-se que elas se propagavam no vácuo e provou-se que a hipótese da existência do éter não era válida. Mas são as ondas eletromagnéticas (provocadas pelos movimentos atômicos e partículas subatômicas) que tornam possível a Intenet, os telefones celulares e toda tecnologia que permite a transmissão de dados e informações pelo espaço como, por exemplo, as comunicações trazidas à Terra pelo robô que está em Marte. Pois bem, nossa memória pode muito bem estar nesse imenso (“imenso” é pouco!) campo eletromagnético e nosso cérebro, que é um órgão elétrico, se em bom funcionamento e bem ajustado, pode ser um instrumento capaz de enviar dados e informações ao campo eletromagnético e depois captá-los, da mesma forma que se ajusta o dial de um rádio para sintonizar determinada estação. Antes de alguém dizer que isso não é possível, que pense em quantas estações de rádio, televisão, intercomunicadores sem fio há por aí. Se um simples aparelho radiofônico pode captar estações, com precisão, por que o cérebro. um órgão ou instrumento de excepcional complexidade, não poderia captar lembranças que estariam no campo eletromagnético e não armazenadas nele?
Por Prof. Dr. Luiz Machado, Ph. D.
http://www.cidadedocerebro.com.br
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