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A Clareira

Era uma vez uma turma de crianças aventureiras que fugiu do Castelo da Ignorância e correu o mais rápido que podia.

Veio a noite com seus barulhos assustadores e formas fantasmagóricas misteriosas, e as crianças se viram no  meio da floresta escura.

Não podendo ver o caminho, elas se sentaram juntinhas para se aquecer e se consolar e esperaram até o amanhecer.

Quando, finalmente, a noite terminou e o sol nasceu, as crianças viram, para sua surpresa, que estavam em uma clareira de onde partiam caminhos em todas as direções. Eram tantos que se tornava quase impossível contá-los.

Cada caminho entortava e virava de modo que as crianças apenas podiam imaginar o que havia lá depois de virada.

"Eu vou por aqui!, disse um garoto partindo por um dos caminhos. Mais adiante ele encontrou uma cidade medieval com muros altos e bandeiras tremulando. Andou com passos largos, cruzou bravamente o grande portão e, lá dentro, experimentou muitas aventuras. "Esse caminho parece emocionante", disse uma garota. Não posso imaginar o que tem depois da virada". Ela então partiu por aquele outro caminho e logo se descobriu, numa nave espacial, vendo o sistema solar ficar cada vez menor à medida que a nave seguia para o centro da Galáxia. "Quero encontrar uma espada mágica para poder dominar o gigante malvado que nos aprisionou por tanto tempo", exclamou uma criança. "Eu também", disse uma outra, e partiram juntas por outro caminho para combaterem o gigante perverso. "Eu queria ver o mundo todo, todos os países e todos os povos. Queria ouvir suas línguas e brincar com as crianças". "E eu preciso saber como o mundo funciona. Por que as folhas caem no chão, por que as estrelas ficam lá no céu? Quero saber tudo".

Logo depois, todas as crianças tinham ido embora, exceto uma garotinha. Ela olhou em volta da clareira ensolarada e para os muitos caminhos resplandecentes, alguns sendo já explorados, enquanto outros ainda esperavam por alguém para encontrar o que estava escondido depois de suas viradas. Ela colocou a mão na casca macia de uma árvore, e disse bem alto: "Este lugar é mágico! Queria saber o nome dele".

E a clareira ensolarada respondeu:

- Meu nome é BIBLIOTECA!

Mônica Hughos



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